29.12.08
23.12.08
16.12.08
Astrakan cafe II
Eu quero o céu pintado em fogo e o silêncio das vozes extasiadas em noites sem tempo.
Quero as nuvens desenhadas em contornos só meus, para lá do mundo, para cá do coração.
Quero o doce murmúrio do vento que desassossega e o eterno contemplar dos sítios sem nome.
3.12.08
BLINDNESS II
Há os que não podem ver, por mais que queiram ou que tentem, mesmo quando olham não veêm, e quando veêm não reparam.
Há ainda os que só conseguem ver o que querem, vivem numa cegueira selectiva, banindo o desconforto para um exílio longínquo, fora do seu campo de visão.
Existem depois os que o medo e a estupidez foram cegando, moldados pelo tempo, reduzidos pela névoa de uma mente incerta.
E existem esses, que deliberadamente se cegam, permanentemente procurando outro olhar, vendando-se a si próprios por não contemplar o que não faz sentido, buscando sem cessar uma verdade mais concreta, mais genuína, mais visível, para lá do que os olhos podem ver.
25.11.08
BLINDNESS I
O FILME, adaptção cinematográfica da obra de José Saramago "Ensaio sobre a cegueira", conta com a presença de uma Juliane Moore ao seu melhor nível, num desempenho marcante, entre outros actores, num elenco bastante equilibrado que desenha o esboço de um mundo sem visão.
E mais não digo.Vejam o filme.
21.11.08
18.11.08
17.11.08
I´M A NEW SOUL!!!
OS MEUS DIAS
O meu dia foi um dia perfeito, perfeito na medida em que a perfeição pode existir, perfeito para mim, um dia desenhado para mim, á minha medida.
Nada poderia ter acontecido de outra forma, tudo foi como devia ser, como tinha de ser, até ao mais ínfimo pormenor.
A vida surpreende-me e presenteia-me com aquilo que nela existe de melhor, e eu rendo-me ao seu encanto, á sua magia, recebo com imensa gratidão as dádivas com que esta vida me brinda, bebo até á exaustão as emoções fortes, os momentos de carinho e ternura, as palavras de saudade, os abraços, os sorrisos, os olhares cúmplices que se cruzam numa noite irrepetível, num segundo congelado para sempre, guardado para sempre...
Não sei ser de outra maneira. Não sei viver de outra forma.
Esta intensidade, este transbordar, esta plenitude,, traduzem cada vez mais um sentido, de estar de ser, de viver como eu gosto, encarando de frente a beleza das pequenas coisas, vibrando com os pequenos nadas, deixando-me maravilhar com o que não tem nome, o que não se escreve, o que não se diz, o inefável, o indescritível...
Tudo isto não se pode comprar, não se pode encontrar em loja alguma, tudo isto apenas surge em ondas (como o mar), vem em brisas (como o vento), e eu mergulho e deixo me arrastar nesta corrente até onde ela me levar.
Até agora, cheguei até aqui. E não existe outro sítio no mundo onde quisesse estar, senão aqui mesmo, agora, neste segundo, neste momento.
Confio no instinto, dissolvo-me na intuição, e continuarei mergulhando, deixando-me arrastar por esta corrente de sonhos e emoções, até á linha do horizonte.
Onde fui? Onde estou? Onde irei?
A vida se encarrega de dar-nos tudo aquilo que precisamos, está nas nossas mãos agarrá-lo ou não... E Eu agarro!
São dias assim, profundamente vividos, que me fazem lembrar porque é que eu gosto tanto de viver, não porque eu me esqueça, porque simplesmente ás vezes não nos lembramos.
Dias assim sussurram-me ao ouvido, levam-me a esse sítio mais além, dizem-me em surdina que todos os dias podem ser assim. Tão plenos. Tão maravilhosos. Tão doces.
Sinto-me privilegiada por contar com a vossa presença, por ter a honra de partilhar com vocês esta existência, e mais do que agradecer, eu retribuo.
Aos que conheci e ainda estão, aos que fui conhecendo, aos que vou conhecendo, aos antigos, aos novos, aos recentes, aos próximos, aos distantes, aos longíquos... Todos vós são um bocadinho de mim, e nada que possa acontecer irá alterar isso, já são parte de mim, para sempre...
Em especial a M. e R., porque o tempo é apenas o que fazemos com ele, porque gosto de vos ter na minha vida!
7.11.08
wegue wegue... tenho dito!
Os Buraka Som Sistema já nos solicitaram para os acompanhar na sua tourné internacional, o que tivemos de recusar, devido ás nossas já muito solicitadas e preenchidas agendas.
Fica para a próxima Buraka!
2 palavras: wegue wegue
Regresso em grande, com esta dedicatória especial...
Acho que já ouvi isto nalgum lado, onde não sei... :)
29.10.08
Então e eu, sou invisível?
Havia dias de pular de alegria, de cantar e rir sem aparente razão. Dias alegres, transbordantes e plenos como as tardes longas de Verão. Havia dias insuportavelmente tristes, de questionar simplesmente a razão das coisas. Dias infinitos e frios.
Ela tinha o de ténis, que era meigo e querido e atencioso. Mas ela queria o de fato, que era frio, arrogante, e para quem a sua existência permanecia absolutamente invisível.
"Abre os olhos.", eu disse-lhe."Estão abertos.", respondeu.
Mas continuava insistindo em perpetuar esse desencontro de perseguir sempre o inantigível, o inalcançável, para depois chegar lá e descobrir uma imensidão de vazio, um inesgotável nada que não tem para lhe dar.
"Queremos sempre o que não temos...", disse-lhe eu a medo. "Sempre. E isso é incontornável.", disse-me ela com uma convicção inabalável.
Remeto me ao silêncio. Respiro. Suspiro. E respiro outra vez. Rasgo um gesto mudo. Esboço um desenho impreciso de vontade e desalento. Rendo-me por fim á minha invisibilidade. Pelo menos é minha...
(Se havia coisa na qual eras sem dúvida incomparável, era na tua indiscutível inclinação para as palavras que não diziam nada)
24.10.08
21.10.08
Opinião de um homem sobre o corpo feminino, por Paulo Coelho
"Não importa o quanto pesa. É fascinante tocar, abraçar e acariciar o corpo de uma mulher. Saber seu peso não nos proporciona nenhuma emoção.
Não temos a menor idéia de qual seja seu manequim. Nossa avaliação é visual, isso quer dizer, se tem forma de guitarra... está bem. Não nos importa quanto medem em centímetros - é uma questão de proporções, não de medidas.
As proporções ideais do corpo de uma mulher são: curvilíneas, cheinhas, femininas... . Essa classe de corpo que, sem dúvida, se nota numa fração de segundo. As magrinhas que desfilam nas passarelas, seguem a tendência desenhada por estilistas que, diga-se de passagem, são todos gays e odeiam as mulheres e com elas competem. Suas modas são retas e sem formas e agridem o corpo que eles odeiam porque não podem tê-los.
Não há beleza mais irresistível na mulher do que a feminilidade e a doçura. A elegância e o bom trato, são equivalentes a mil viagras.
A maquiagem foi inventada para que as mulheres a usem. Usem! Para andar de cara lavada, basta a nossa. Os cabelos, quanto mais tratados, melhor.
As saias foram inventadas para mostrar suas magníficas pernas... Porque razão as cobrem com calças longas? Para que as confundam conosco? Uma onda é uma onda, as cadeiras são cadeiras e pronto. Se a natureza lhes deu estas formas curvilíneas, foi por alguma razão e eu reitero: nós gostamos assim. Ocultar essas formas, é como ter o melhor sofá embalado no sótão.
É essa a lei da natureza... que todo aquele que se casa com uma modelo magra, anoréxica, bulêmica e nervosa logo procura uma amante cheinha, simpática, tranqüila e cheia de saúde.
Entendam de uma vez! Tratem de agradar a nós e não a vocês. porque, nunca terão uma referência objetiva, do quanto são lindas, dita por uma mulher. Nenhuma mulher vai reconhecer jamais, diante de um homem, com sinceridade, que outra mulher é linda.
As jovens são lindas... mas as de 40 para cima, são verdadeiros pratos fortes. Por tantas delas somos capazes de atravessar o atlântico a nado. O corpo muda... cresce. Não podem pensar, sem ficarem psicóticas que podem entrar no mesmo vestido que usavam aos 18. Entretanto uma mulher de 45, na qual entre na roupa que usou aos 18 anos, ou tem problemas de desenvolvimento ou está se auto-destruindo.
Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir sua vida com equilíbrio e sabem controlar sua natural tendência a culpas. Ou seja, aquela que quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em setembro, não antes; quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade (sem sabotagem e sem sofrer); quando tem que ter intimidade com o parceiro, tem com vontade; quando tem que comprar algo que goste, compra; quando tem que economizar, economiza.
Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas de estrias não lhes tira a beleza. São feridas de guerra, testemunhas de que fizeram algo em suas vidas, não tiveram anos 'em formol' nem em spa... viveram! O corpo da mulher é a prova de que Deus existe. É o sagrado recinto da gestação de todos os homens, onde foram alimentados, ninados e nós, sem querer, as enchemos de estrias, de cesárias e demais coisas que tiveram que acontecer para estarmos vivos.
Cuidem-no! Cuidem-se! Amem-se!
A beleza é tudo isto."
20.10.08
Onde estás tu David Crockett?
"O que o acordou foi o silêncio. Primeiro, o do despertador que não tocou à hora combinada todas as manhãs. Depois, o de outra respiração, que devia ouvir e não ouvia. Estendeu a mão para o quente do outro lado da cama e encontrou o frio. Apalpou e encontrou o vazio. Então, sim, despertou completamente.
Um prenúncio de tragédia desceu por ele abaixo, como um arrepio. (...)"
"Escrevi o teu nome e o teu número de telefone numa página do mês de Fevereiro. E, ao escrevê-lo, sabia que era uma despedida, mas todo o mês de Março nos arrastámos na despedida, como carangueijos na maré vazia. Sem ti, lancei outras raízes, construí pátios e terraços, fontes cujo som deveria apagar todos os silêncios, plantei um pomar com cheiro a damasco, mandei fazer um banco de cal à roda de uma árvore para olhar as estrelas no céu, um caminho no meio do olival por onde o luar pousaria à noite, abóbadas de tijolo imaginadas pelo mais sábio dos arquitectos e até teias de aranha suspensas do tecto, como se vigiassem a passagem do tempo. Nada disso tu viste, nada te contei, nada é teu.(...)"
"Estou sempre a falar contigo, mas tu não me ouves. Eu, porém, oiço-te sem que tu fales e quando falas, adivinho o contrário do que dizes. Vejo-te à deriva e perdido e não te posso ajudar, porque tenho de me ajudar a mim. Tu não entendes, eu sei. Vives um conflito entre a tua força vital - que não te roubei, nem poderia - e a tua vontade de te deixares afundar, de te fechares no escuro da tua casa a maldizeres-me, interminavelmente. Tu e não eu, se encarregará da tarefa de destruir tudo o que vivemos, de acordo com a lei do excesso que é a única que compreendes: tudo ou nada, verdade ou mentira, amor ou ódio.
Tu odiar-me-ás e eu nada poderei fazer, senão sofrer o teu ódio em silêncio, sofê-lo na carne, como açoites, dilacerando o meu corpo que foi teu tantas vezes, como nunca foi de mais ninguém.(...)"
in "Não te deixarei morrer, David Crockett", Miguel Sousa Tavares
19.10.08
Antes que acabe o dia...
1913
Nasce, em meio a forte temporal, na madrugada de 19 de outubro , no antigo nº 114 (casa já demolida) da rua Lopes Quintas, na Gávea, ao lado da chácara de seu avô materno, Antônio Burlamaqui dos Santos Cruz. São seus pais d. Lydia Cruz de Moraes e Clodoaldo Pereira da Silva Moraes, este, sobrinho do poeta, cronista e folclorista Mello Moraes Filho e neto do historiador Alexandre José de Mello Moraes.
Vinicius de Moraes - poeta, cantor, compositor, homem, marido, amante...
(1903-1980)
17.10.08
Rir...é o melhor remédio!!!
Caríssimos, estou de volta a esta rúbrica, pois calculo que já devem estar cheios de saudades e com muita vontade de rir... aqui fica este tesourinho (ou a história de uma destemida).
O elogio moderno...
Uma dessas sexta-feiras, há um tempo atrás, estando um grande amigo de visita á cidade, decidimos ir beber um copo e acabámos por entrar numa discoteca.
Já dentro da dita discoteca, cujo ambiente estava não apenas suportável mas até agradável, eis que surge um personagem, por sinal até bem parecido, que se proxima do meu ouvido e me segreda: "Dava-te uma pisadela a dançar...".
Ora eu, perplexa com tamanha eloquência apenas consegui proferir "Perdão?", ao que o tal personagem teve a audácia de repetir:"Dava-te uma pisadela a dançar que nem imaginas...".
E agora eu questiono: qual é a parte desta construção frásica que se parece com um elogio?
Onde é que vão estes personagens buscar extraordinária inspiração?
Qual é a mulher, e até mesmo a rapariga, que se deixa cativar, conquistar por tais palavras?
O que é que aconteceu ao encanto das palavras, ao prazer da conquista?
Para onde é que voou a terna e antiga sedução???
Se alguém souber, por favor avise-me, eu junto uns trocos e apanho o primeiro voo.
16.10.08
15.10.08
ai que eu sou tão desgraçadinha...
Concurso das desgraçadinhas:
-Ai que eu sou tão desgraçadinha! Ganhei um kilo o mês passado e ainda não consegui perdê-lo!
- Isso perde-se num instante!
-Perde lá agora!
-Ah pois. Agora eu é que estou mal que estou gorda dos braços!
-Gorda dos braços?!?! Nunca ouvi tal coisa!
- Dizes isso porque és magra!
-Magra? Já te disse que ganhei um kilo o mês passado?
-Já já. Só te queixas porque não sabes o que é estar flácida nas coxas!
-Cala-te! Não imaginas é que me anda a aparecer celulite na barriga... Já para não falar do kilo!
-Se tivesses as unhas dos pés encravadas já não te queixavas.
-Pois pois, mas tu ainda tens peito, agora eu...
-Nem me fales disso que eu fico pior que estragada! Agora ando a ficar com o peito descaído...
-Não parece nada...
-Isso é por causa dos sutiãs que fazem milagres!
-Pois olha, a vestir o 32 como eu nem os sutiãs me valem!
-Enfim, pelo menos não tens estrias...
-Pois mas tenho celulite na barriga!
-E eu tenho nas pernas!
-Pois mas eu é que ainda estou pior que apareceu-me ontem uma borbulha na testa.
-E eu com as coxas todas flácidas? É terrível, terrível!
-Tou desgraçada da vida! Assim ninguém me quer...
-E a mim? Pareço uma baleia e ainda por cima com peito descaído!
-Oh, mas tu não tens borbulhas na testa!
-E tu és uma sortuda que não tens os braços gordos!
-É terrível, terrível...
-Terrível não, trágico! Ai ai, eu sou tão desgraçadinha...
(...)
Mas afinal quem é que é mais desgraçadinha?
(para todas as desgraçadinhas do mundo)
14.10.08
13.10.08
12.10.08
PARABÉNS
25 IDEIAS
25 MOMENTOS
25 EMOÇÕES
25 ABRAÇOS
25 BEIJOS
25 DANÇAS
25 MELODIAS
25 SORRISOS
25 ESPERANÇAS
25 LEMBRANÇAS
25 PAISAGENS
25 IMAGENS
25 NOVIDADES
25 SAUDADES
25 MIMOS
25 BRINCADEIRAS
25 VIAGENS
25 GARGALHADAS
25 OLHARES
25 IMPULSOS
25 EXPERIÊNCIAS
25 LOUCURAS
25 EXPECTATIVAS
25 DESEJOS
25 ANOS DE VIDA E UMA PESSOA MUITO QUERIDA!
UM GRANDE BEIJINHO E AS MAIORES FELICIDADES:
que a vida te traga tudo isto e muito mais!
(para M., ou a "minha" latinita)
10.10.08
Sem malicía
Sem malícia, sem maldade, mas ás vezes dá vontade...
(para aquele que ouve e não fala, para aquele que olha e não vê)
(intimamente para N.)
9.10.08
Contos de(s)amor e desencontro [10]
Improvável
Á medida que o tempo passava
Dava voltas e mais voltas
Tentando construir uma hipotética teoria para tudo o que tinha acontecido
O que estava a acontecer.
Mas, por mais que o tempo passasse
Ainda mais se embrulhava na dúvida e na interrogação.
Apesar de tudo
E o “tudo” era sentir-se por vezes no limiar da loucura
Investia no sentido de vislumbrar uma interpretação, no mínimo, plausível
Mesmo com a certeza de ser plenamente improvável
A dada altura iria esquecer-se
Ou talvez que não esquecesse completamente
Simplesmente já não iria lembra-se
A dada altura já não queria mais saber
Por tanto sentir que toda e qualquer interpretação
Seria por demais insatisfatória
Incompleta
Infrutífera.
25.9.08
Madonna, from my point of view...
Pois é caríssimos, a diva da Pop esteve pela segunda vez em Portugal, para um concerto inesquecível, ou melhor, um espectáculo memorável que levou o público ao deslumbramento total, e eu estive lá!
É difícil descrever a dimensão desta performance, que ultrapassa a já por si imponente cantora, e que vive também dos cenários e ambientes criados, dos objectos que entram e saem de palco, do suporte multimédia, da variedade de excelentes músicos que acompanham a cantora, e ainda das extraordinárias coreografias desempenhadas pelos muitos bailarinos que partilham o palco com Madonna. Sem dúvida, algo único e irrepetível.
Aqui ficam algumas distantes e longínquas fotos tiradas por mim.
11.9.08
Post das 4 da manhã...
Depois de uma noite de salsa e da minha estréia no bingo... quando as palavras já são poucas para descrever o que está deste lado, resta-me a música...
Wherever you are, whenever you call...
I won't ever be too far away to feel you...
9.9.08
Chanca rulezzzzzzzzzzzz
Mais um convívio fabuloso e indescritível na vossa companhia... Palavras para quê?
Confesso que já tinha saudades... De mim para vocês.
Andanças 2008
Para além dos workshops, dos concertos, do convívio, da liberdade, do bem-estar, da alegria, este foi sem dúvida um momento marcante deste Verão, com direito a algumas estréias e grandes revelações... simply unforgettable...
Continuando com as férias...
Lisboa, Lisboa
É o Tejo a perder de vista
É um sentimento bairrista
É acordar no bairro alto e espreitar o dia entre varandas antigas de ferro fundido
É adormecer no bairro alto entre o barulho do vidro de copos e garrafas
É descer e subir o chiado as vezes que me apetece, mesmo correndo o risco de partir um salto
É beber vinho tinto e comer chouriço assado na tasca do Xico
Lisboa é o castelo de São Jorge visto numas escadas quaisquer entre brindes de tango e conversa com amigos
Ai Lisboa… Lisboa
Ainda antes das férias...
Aqui ficam algumas vivências Fnakianas: Campanha para o Euro 2008
(não serviu de muito...mas nós tentámos!
8.9.08
Férias ou algo do género
Ora bem...por onde é que eu hei-de começar?
Aproveito este momento com alguma alegria, pois estou em vésperas de terminar a minha prisão domiciliária...
Já não aguentava nem mais um diazinho que fosse fechada em casa, sem pessoas, sem cidade, sem confusão, sem vida!!!
Obviamente, a domiciliária ainda se foi suportando, graças aqueles que me aturaram e graças a estas invenções espectaculares que dão pelo nome de leitor de dvd, computador e internet!!! Já para não falar daquelas folhinhas de papel impresso: os livros!!!
Adiante, seja como for, haja saúdinha e boa disposição!
De tal forma estive para aqui em verdadeiro suplício e clausura, que aproveito estas últimas horas de encarceramento para vos manter ao corrente daquilo que foi o meu modesto, mas bem vivido, Verão.
Ah... porque não começar com uma boa notícia: fiquei aprovada no exame de espanhol, isto é, agora sim, já tenho o Diploma de Espanhol como Língua Estrangeira, o Superior, claro!!!!
E de resto, como sempre, vou tentar que as fotos falem por si!
Sugestão de leitura
E mais uma vez vos trago África..., desta feita, através do livro "Fala-me de África" de Carlos Vale Ferraz.
E só para abrir o apetite, algumas linhas:
"Como uma vela num castiçal. Ele suporta-me e eu brilho..."
"Cuba cutextiê, quenda qi qujimbidilê (...) dar não é desperdiçar, andar não é perder-se..."
"- Não me estrague a vida, Renato. Só faço isto porque preciso...
- Todos fazemos o que fazemos porque precisamos, Luísa..."
"A estranheza é um sentimento difuso, que tanto tem a ver com a ocorrência de acontecimentos inesperados, como com a incerteza quanto ao resultado daqueles que confiadamente aguardamos. Daí que tanto possamos sentir estranheza por algo que nos é exterior,como com algo que nos é próprio. O pior de tudo é quando à estranheza do que nos atinge vinda de fora se junta a de nós próprios."
"A acreditar no que via e ouvia, os actuais heróis eram como Henrique Roçadas, para quem uma aventura é arriscar uma taxa de juro num investimento, ou como os futebolistas, para quem uma canelada é um ferimento em combate."
"O receio de Armando comprovava que não conhecia as mulheres, porque a sua proposta correspondia aos mais profundos desejos daquela mulher que fazia parte do grupo das que desde sempre têm assegurado a marcha do mundo, emendando erros e excessos, acalmando dores e fulgores. Mulheres maternais e seguras, redondas como os planetas que não foram nem desejam ser estrelas. Mulheres sedimentares (...) "
Mensagem pessoal II
(para M.)
Estou aqui
Mas não quero mais
Aqui, a olhar pela janela
colada nesse nada
onde navios não chegam
navios não partem
onde não há sequer navios
que simplesmente fiquem
Deste lado da janela
colada imóvel
impávida mas não serena
a mascarar de projectos e tarefas
a adiar a ineficiência da minha partida
a contar minutos e segundos
para relembrar que não posso ser só
as memórias de ontem
e os sonhos de amanhã que não chegam
E estou assim
colada á janela
do lado de dentro
impávida mas não serena
a decidir se decido
o rumo do meu navio
Mensagem pessoal I
(para J.)
E nós que fazemos?
Lutamos incansávelmente para atingir o patamar que a nossa rendição nos exige
Só queremos chegar lá
Para depressa ou lentamente percebermos
Quando lá chegamos
Que lá já não é suficiente
E para começarmos outra vez a lutar incansavelmente
Para desta feita chegar acolá
Para no fim
Termos apenas a verdade ingrata
Acenando esbracejando
Por mostrarnos que nunca lá chegaremos
Enquanto isso a vida vai passando e nós?
Volviendo, pokito a poco...
Três meses depois, regresso á terra. Ou regresso só ao meu computador. Whatever.
E só me ocorre dizer:
Meu deus...podíamos ser tão mais fúteis, insuportávelmene futéis, e felizes até onde essa futilidade nos permitisse. Mas não. Continuamos obstinadamente em busca da essência da transcendência.
4.6.08
Na soltura do nada...
Gostava de ser como o André. Tem 7 anos e nenhuma preocupação, a não ser chegar aos pedais.
Agarrado ao volante, os olhos não descolam do ecrã, qual íman irredutivelmente cativante.
Olho-o fixamente durante segundos, minutos até, mas nada, nem o mais leve pestanejar.
Deixa-se cair na cadeira, rendido á frustração da derrota.
Eu queria a sua leveza. Quando for grande quero ser como tu.
Apetecia-me ser um cão estendido ao sol... e que a vida para mim mais não fosse que dormir, comer, ladrar, dormir, comer, coçar-me...
Mas ainda não sou um cão.
E se é assim, se para ti é tudo ou nada, se para ser é do tipo "toma lá morangos", então esquece e fecha a porta.
Faz-me um favor, nem olhes para trás ao sair.
Se é assim, então que se lixe o romantismo que não me tem servido de nada.
Vamos apenas e só ser pragmáticos.
É para aprender a não me meter em coisas que não vão dar a lado nenhum.
Coisas que não chegam a parte alguma.
E se o amor é blábláblá para que quero eu o romantismo?
Enfim, "depois se não coiso, a gente parte isto tudo." E tenho dito.
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