9.10.08

Contos de(s)amor e desencontro [10]

Improvável
Á medida que o tempo passava
Dava voltas e mais voltas
Tentando construir uma hipotética teoria para tudo o que tinha acontecido
O que estava a acontecer.
Mas, por mais que o tempo passasse
Ainda mais se embrulhava na dúvida e na interrogação.
Apesar de tudo
E o “tudo” era sentir-se por vezes no limiar da loucura
Investia no sentido de vislumbrar uma interpretação, no mínimo, plausível
Mesmo com a certeza de ser plenamente improvável
A dada altura iria esquecer-se
Ou talvez que não esquecesse completamente
Simplesmente já não iria lembra-se
A dada altura já não queria mais saber
Por tanto sentir que toda e qualquer interpretação
Seria por demais insatisfatória
Incompleta
Infrutífera.

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