4.6.08

Na soltura do nada...

Gostava de ser como o André. Tem 7 anos e nenhuma preocupação, a não ser chegar aos pedais.
Agarrado ao volante, os olhos não descolam do ecrã, qual íman irredutivelmente cativante.
Olho-o fixamente durante segundos, minutos até, mas nada, nem o mais leve pestanejar.
Deixa-se cair na cadeira, rendido á frustração da derrota.
Eu queria a sua leveza. Quando for grande quero ser como tu.
Apetecia-me ser um cão estendido ao sol... e que a vida para mim mais não fosse que dormir, comer, ladrar, dormir, comer, coçar-me...
Mas ainda não sou um cão.
E se é assim, se para ti é tudo ou nada, se para ser é do tipo "toma lá morangos", então esquece e fecha a porta.
Faz-me um favor, nem olhes para trás ao sair.
Se é assim, então que se lixe o romantismo que não me tem servido de nada.
Vamos apenas e só ser pragmáticos.
É para aprender a não me meter em coisas que não vão dar a lado nenhum.
Coisas que não chegam a parte alguma.
E se o amor é blábláblá para que quero eu o romantismo?
Enfim, "depois se não coiso, a gente parte isto tudo." E tenho dito.