Será possível sentirmos saudades de um sítio que não conhecemos, de um local onde nunca estivemos? De uma terra que nunca pisámos, de uma água que nunca bebemos, de um fruto que nunca provámos? Será possível sentir saudades de uma melodia que nunca ouvimos, saudades de uma língua que nunca falámos, de um abraço que nunca apertámos?
Serão essas saudades mera projecção de um desejo nunca realizado, de um sonho imaginado, de uma emoção antecipada, de um encontro ansiado?
Hoje estou com saudades, de uma terra onde nunca estive.
Apenas imagino o seu cheiro. Apenas imagino o seu sabor.
Um dia eu vou-te conhecer...
(dedicada ao meu pai angolano que me semeou estas saudades não sei bem como...)
2 comentários:
De facto, não sei como dizer..., mas sei como sentir - ver, cheirar, tocar, ouvir, estar e transmitir esse estado de cultura Africana, ou melhor Luso-Angolana que sistemáticamente é o meu sentimento de alma. A saudade é prospectiva naquilo que desejamos sagazmente viver ... in loco.
Rita estará para breve essa realização, quanto mais não seja na ânsia de concretizar esse SONHO!
O desejo é, também, vida !!!!!!!!
Um pai
Minha filha:
Ao ver este vídeo também eu senti saudades. Saudades, de uma terra que conheci, onde vivi a minha infância e parte da minha adolescência. Saudades do cheiro da terra molhada pela chuva, saudades do calor e das praias de água quente, saudades dos banhos tomados ao fim da tarde na praia da corimba. Saudades da fruta com sabor a África e de uma muambada. Saudade de tempos idos... de amigos de escola... amigos perdidos e alguns não mais encontrados. Saudades de um tempo e de um país que desejamos cresça e se desenvolva. Angola, terra de muitos atributos... das belezas naturais às riquezas do solo e subsolo. Mas, sei, que não fui eu que te passei este sentir... foi sim o teu "pai angolano", que mais que eu, vive este país até ao meu íntimo das suas entranhas. Um desejo: vamos lá!
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