21.1.08

Contos de(s)amor e desencontro [3]

Vazio

O céu está completamente nublado; não existe uma única estrela no firmamento. Silêncio.
O latido de um cão. Aqui e ali. Um quarto gelado e vazio. Gelado porque está vazio.
Deito-me, por fim, na cama fria, vestida de pijama e robe, na tentativa de um sono desejado… e precisado.
Mas nem todos os cobertores do mundo podem aquecer-me agora. Nem todas as palavras podem confortar-me.
O que importa estar quente ou confortável quando nos falta o chão que pisar?
Daquilo que não conhecemos não podemos sentir falta. Mas um pedaço da nossa carne é arrancado e sentimo-nos amputados, partidos, perdidos.
Fica apenas um vazio, que nada nem ninguém preenche.
Podem preencher-se outros vazios, mas esse vazio não. Ficará sempre. Um buraco que jamais poderá ser ocupado.
E é neste momento do vazio, neste espaço da solidão, morada de saudades ávidas, que uma pessoa começa a questionar-se;
E é aqui que as dúvidas se instalam e é aqui mesmo que a mente humana se confronta e inicia na busca de respostas, talvez não satisfatórias, quanto muito, razoáveis.
É aqui, nesta morada, que o medo assombra e que a insegurança irrompe, implacáveis e insaciáveis…
Fecho os olhos e embarco numa viagem ao mundo dos sonhos. Durmo.

2 comentários:

tiagoespiritosanto@gmail.com disse...

Olha que e precisamente no vazio que esta a solucao.



(Ate de Manhattan vejo o teu blog)

Bj

Tiago

JulieSkywalker disse...

Espero que estejas a adorar New York, the city that never sleeps...
Aí é difícil sentir o vazio!

beijo e até breve

R.