1.2.08

Contos de(s)amor e desencontro[5]

Mergulho

Parou na berma da estrada, abriu a porta do carro e saiu, para esticar as pernas.
E só assim, enquanto se espreguiçou em pé, alongando todos os seus músculos, se deu conta.
Estava verdadeiramente ali, perdido na imensidão do vasto e silencioso coração do Alentejo.
Abriu os olhos e viu o céu
Esse tecto de estrelas cintilantes que acendem a noite na quietude da escuridão.
Em dois segundos, foi invadido por uma morna e convidativa sensação de paz
E no segundo a seguir, já era parte de tudo o que o abraçava.
A envolvência do momento construiu o sentido que faltava
E tudo foi um inebriante mergulho dentro de si mesmo.
Estava ali
Naquele momento
Sob um tecto de estrelas
Abraçado pelo silêncio da noite
Era tudo o que precisava saber.

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