27.7.06

" THE HOLY MOMENT"

... ou um pequeno nada que torna tangível a essência...

A conversa discorria fluentemente, quase como se os nossos pensamentos se completassem, se revelassem na palavra do outro, como se as ideias se cruzassem numa sintonia, numa simbiose de percepções e visões do mundo, deste universo e dos outros paralelos que por aí existem em forma de sombra ou eco... Como se tivesse sido aberta a torneira que dá acesso ás correntes da alma, ou como se a chave que abre o cofre das emoções - o cofre da mais pura essência do ser - encaixasse finalmente na fechadura... Subimos juntos a escada, degrau após degrau, e juntos fomos crescendo... crescendo, lado a lado, buscando a mais recôndita Humanidade... Os teus olhos disseram então muito mais que mil palavras, disseram o indizível, o inefável... e o que eles disseram penetrou no lugar mais inacessível da minha alma... e então os meus olhos ficaram molhados, e antes que os meus olhos se enchessem de uma chuva inevitável, larguei uma gargalhada, seguida de um sorriso... e encontrámo-nos num abraço sincero. Naquele instante éramos crianças, inocentes, verdadeiras e meigas... tínhamos de novo cinco anos, e a beleza da vida voltava a deslumbrar-nos e a contagiar-nos com o seu sopro...

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